Blurb

Quem ama o feio, bonito lhe parece. Mas a idéia da feiúra é muito mais complexa de definir do que a da beleza. O conceito de grotesco foi, ao longo dos séculos, vinculado ao da graça e formosura. O feio, o cruel e o demoníaco são os parâmetros para a existência do belo. Mas nem sempre considerados o seu oposto. Uma história da beleza conta com uma ampla série de testemunhos teóricos capazes, ao mesmo tempo, de delimitar o gosto de determinada época. Já a trajetória da feiúra, ao contrário, terá de buscar seus próprios documentos nas representações visuais ou verbais de coisas ou pessoas consideradas feias. Mas gosto se discute? Como mensurar a ausência da perfeição?

Com a perspicácia e erudição de sempre, Umberto Eco propõe essas indagações em História Da Feiúra, um ensaio sobre as transformações deste conceito através dos tempos. Depois de registrar, em História da beleza, o curso do belo na civilização ocidental, Eco se volta para a feiúra e nos faz refletir: se beleza ou feiúra estão nos olhos de quem vê, também é certo lembrar que esse olhar é influenciado pelos padrões culturais de quem observa. Para um ocidental, uma máscara ritual africana pode causar estranhamento, terror, ao passo que para o nativo pode representar uma divindade benévola.

Dizer que belo e feio são relativos aos tempos e às culturas não significa, porém, que não se tentou, desde sempre, vê-los como padrões definidos em relação a um modelo estável. Nos quinze capítulos deste livro, Umberto Eco reflete sobre as diversas transformações do conceito de feiúra não apenas no mundo das artes, como em diversas áreas do conhecimento, como a filosofia, a teologia, a ciência, a política e a economia. História Da Feiúra não é uma história da arte nem um estudo de estética, mas vale-se de ambos para delinear a idéia de feiúra desde a Antigüidade Clássica até os dias de hoje.

E assim, tanto os textos antológicos quanto as extraordinárias ilustrações deste livro nos fa[...]

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